quarta-feira, 19 de novembro de 2008

XI - Fauno

Andei, ando, até tal momento onde ocorre de inexato tua aparição (ou mais certo seria a minha). Não te percebi em forma de frio, então névoa, então algo que se reflete no liso das folhas e fungos dos galhos. Sussurrasse lamúrias, que a mim se passaram pelo irremédio dos meus sonhos diurnos. Tomasse forma, te percebi. Tal qual parede em minha frente, teus cascos ampliados pelo foco do meu espanto. Estático te vi por completo, dois pares de olhos e uma boca bem desenhada, com enrolados de cabelo preto e um par de chifres redondos.... te encontrava a espelhar o sol, assumindo uma forma grandiosa de Pan sob vista de Apolo. Não foi de imediato que percebi que foi causa que planejasse toda a cena... todavia causasse meu encanto.

“Lucio” a mim como se dançasse, “contame teu desejo de não ser” e foi como brincadeiras de sátiro. E ecoou... “contame”, “contame teu desejo de não ser”, “contame teu desejo”. Olhei abaixo, olhei o sol reflexo... “sinto frio” enquanto esboçava um sorriso triste. Olhou abaixo, olhou a mim... “vaite embora” a mim como sussurro, “não foi o que pedi” e isso se tornando distante.

Ando... até tal momento onde ocorre de inexato tua aparição. Ainda hoje prefiro não pensar que foi causa que planejasse toda a cena... ou mais certo seria eu.