sábado, 29 de dezembro de 2007

Dos Americanos em seus seriados policiais (ou “Um convite ao anarquismo não estudado”).

Agora é madrugada de fim de ano... na TV um seriado sobre paladinos da justiça. Fim do mistério elucidado o reflexo da imagem do ideal: venda nos olhos, espada e balança, “no mercy to you” é o que se diz. Assassinato passional sem culpa, mito de Electra e Édipo, irmãos de sina (irmãos no caso). Acusados pré-fabricados, falta a agonia, o desespero, o trauma ou qualquer sinal de alma (aparecem todos plastificados, choro com retoques de blush não muito sensibilizante pra não dar trabalho de pensar ou de mudar de canal), assassinos com alma não dão sensação de justiça plena, não geram tanto prazer no descer da espada. Tudo fixado entre certo e errado, entre o conivente, o inocente e o culpado, mocinhos ganham no final. Apontados em público pelos corpos que carregam, medidos e pesados com a superficialidade objetiva da epiderme baleada. Condenados a forca em praça pública junto com a mediocridade de seus personagens, a morte numa cela sem debate, não há reflexão, não pensam o juiz, advogados, júri nos corpos que levam eles mesmos por seus julgamentos, seus padrões, suas normas e morais, seu dinheiro... sobretudo não pensam (devem aplicar, questionar é reservado a idealistas, teoristas e qualquer outros que não devam ser ouvidos).

No regime da cruz, defendem a cruz. Dalla croce, alla croce, per la croce (e tendo a cruz como valor absoluto), socialismo no molde nazista disfarçado, moralismo que data do Éden. Sobra apenas o pedaço rijo de madeira que, como uma corda de morte, precisa de um cadáver a ser exposto, precisa de um Judas, um lúcifer, um criminoso pra fazermos pagar nossos pecados, pra afirmar com a morte o instrumento da morte. Sem cruzamentos ficam dois tacos rijos e os pregos... “no mercy to you”. E é assim que funciona na ótica cega da estatua de mármore, que por não enxergar vê todos por igual, tem o bem e o mal na mão e não participar nem vai além e pune igualmente porquê não há leveza na lamina de uma espada. Fim de caso...


P.S.: Nisto está presente o conceito de justiça-punição, não de dialogo, reparo ou excomunhão. Também o do uso da força, da agressão permitida para punir a agressão não permitida. Nesse justo, a correção (punição) é a extirpação de certos direitos de cidadão o que no caso é a limitação ou perda do direito de liberdade ou vida (entre outros)... somos propriedade do estado, o estado é uma instituição de nos mesmos, somos propriedade de uma instituição de nos mesmos que nos comanda, romper com o estado não é nada mais que assumir a responsabilidade sobre si mesmo, deixando de ser escravo da criatura o criador.

segunda-feira, 26 de novembro de 2007

Auto Retrato N° 1

Engraçado o fato
sereno, calado
de eu ser sempre incógnito
agradavelmente incógnito
amigavelmente encriptado
entre o minimalismo mudo
entre a transparência do corpo
do texto, do contexto...
como farpas de conteúdo secreto
como falas em grãos de confete
enchendo o ar de cores
dores, amores, vontades
inocentemente ignorados
meticulosamente recatados
subjetos subliminares
metades, pedaços, fragmentos
por si só completos
completamente incompreensíveis
sempre pouco, pouco demais
o suficiente, a verdade, o presente
quando não basta o mínimo
quando é necessário o mimo, o excesso
o externo, signo em objeto, adjeto
pintado eu fico, em retrato
enclausurado, encaixotado
lacrado um carneiro dentro de uma caixa

quinta-feira, 15 de novembro de 2007

Crônica Beatnik

Inicio de noite, cigarro de palha (vou passar a comprar deles se encontrar, lembram cheiro de café pronto), uma garrafa com uma mistura etílica de ervas e mel pra três... enfim, uma noite normal nos arredores da UFPE. Caso esse em que encontrei determinado personagem (sujeito com quem já tinha trocado meia dúzia de palavras) que tinha cigarros, portanto uma boa companhia pra minha carteira vazia, começamos a conversar. Como sempre (ou quase) o primeiro assunto é a tal política, e o próprio ambiente já era propício pra isso, falamos da Reforma (a Universitária). Meus companheiros de copo, que já tinham suas cores definidas (vermelho no caso), argumentavam os impasses, enquanto o de vicio, com certa destrutividade, denunciava a dependência ideológica a analises de terceiros (vermelhos também). Eu como curioso ignorante, observava e procurava, por vezes, esclarecer a mim mesmo com pequenas objeções e colocações.

Eis que vem a primeira ruptura da noite, um impasse na sistemática da análise da questão (e a abertura da sala das maçãs assuntos mais subjetivos): como, afinal, estávamos a ver a questão? A olhar fixamente em cada ponto ou a trazer estes tais pontos todos para um universo complexo, além da teoria deles mesmos? Em algum momento, não sei qual, começou a flutuar existencialismos, niilismos, anarquismos, relativismos e afins... um monte de bolhas a se espalhar pelo ambiente. O estado de total liberdade do ser humano, a mais cruel dádiva e o caráter evolucionista de deixar de ser bicho e passar a ser gente (uma involução se relativo à estabilidade, à conceitos de perfeição), esse era o tipo de assunto. Por essas trilhas chegamos ao abismo... ao total niilismo em um caráter universal. “Qual o próximo passo? Qual a atitude lógica?” eis a pergunta. “A morte imediata”... o nirvana, o deixar de ser, ou a morte no mínimo.

E como é fantástico estar imerso na sensação do vazio, no desmotivo, na lógica auto-destrutiva do suicídio desprovido de causas passionalmente infelizes, quando se pode transformar isso em matéria de dialogo, quando se pode desconstruir filosoficamente o mundo exterior e se colocar na dádiva/maldição da liberdade... é assim como saltitar entre pedras de penhasco de mãos dadas com a loucura, que tanto é libertadora quanto alienante.

Minutos mais tarde, já noutro pólo, com o ritmo mais lento já (uma hipoglicemia talvez?), se chegava a socialização de experiências sensoriais... o de sempre, melancolias e divagações surreais. Luzes, estrelas, frenesi biológico (adrenalina e afins). Em meio a esse papo de berseker viking me veio a mente uma dessas frases soltas, essas coisinhas que Best-sellers usam pra ficarem famosos e que a Veja usa para enfiar significados outros dentro de situações especificas. “A vida é um suborno, nos corrompe a vivê-la completamente pelo prazer de ser vivida. É esse o fato, não vivemos porque nos há motivos, sim porque nos é prazeroso.”... breves comentários. Continuou-se o assunto meio nórdico até que metade do grupo se dispersasse, após isso apenas diálogos estéticos.

Fim de noite foi conversando no telhado da reitoria... sem cigarros. Ninguém morreu.

segunda-feira, 29 de outubro de 2007

À você doce amigo da terra distante.
Tu mereces receber todas as bençãos do Sol e da Lua!
Sentir as saudações do vento em teu ouvido: meu sussuro de saudade!
Saudade sinto de ti...
Saudade de não saber a entoação de suas palavras...

Saudade dos escritos de consolo.
Saudade do grito de esperança, que é mudo. (não escuto!)
Saudade do desconhecido...
Saudade, saudade, saudade...
Um brinde faço a ti amigo! E que um dia a terra do nunca torne-se sempre.

sexta-feira, 26 de outubro de 2007

VII - Inerte (ou A semente)

Hei de ser semente
fui árvore, fruto
agora morto me calo
e ao chão viro parte
e não há sangue,
seiva pra que estanque
pra que manche
aglutine na areia
pra que corra na veia
dormente, se ainda as tenho.
Durmo, dorme o mundo
percebo a mim não percebendo
o mundo
transcendo, espóro
sou agora, imaginário e vejo
de lá, imaginário
olho-me seco a ver-me
no espelho, ver-me
seco
E volto a mim mesmo
de onde não saio por estar
sedado de falta
de sangue, seiva, pra que
estanque, corra, ande
na veia de árvore, mas
sou semente, latente
e esqueço, na verdade
nem penso, no espelho
só penso acima de além
do espelho
canto onde não estou
semente, latente, inerte
imaginar apenas não é estar (ou é)
e se não é como pensar?
se sementes se pensa
em cantos onde não estão.

segunda-feira, 15 de outubro de 2007

VI – O Juiz

Sim, é fato. Chutei a pedra sem motivo... mas porque não o faria? Estava ali parada, mudei-a de lugar com um solavanco do meu pé. “Ora, pois não devia chutar coisas por aí... imagine só se todos achassem de mudar as coisas de lugar sem ter um ‘pra quê’?” me dizes. E cá eu retruco: não me desse motivo pra deixá-la estática, apresento aqui o meu argumento, fiz por vontade. Temos então um embate, te dou uma razão arbitrária e me apresentas uma conduta sem lógica. “Mas claro que há uma lógica, se todos começássemos a solavancar seixos por aí seria um caos, teríamos as ruas todas cheias de pedregulhos”. E as ruas já não são cheias disso meu bem? Se não houvessem pedras nas ruas não haveria o que chutar... devo então deixar de minhas arbitrariedades pra preservar a ordem de ruas pedregosas que funcionam bem na sua pedregosidade diária? Não creio... construíram as ruas por pura vontade... e com isso atrapalharam a ordem dos formigueiros que haviam por lá, por exemplo. Não seria justo se eu não pudesse atrapalhar a ordem da rua com uma pequena pedra.

Mas vá... vá que já está tarde. E não quero, eu, atrapalhar a educação de suas condutas com pensamentos sobre coisas pequenas como pedras. Imagine só se todos parássemos pra divagar sem limites... seria uma falta de ordem não é verdade?

sexta-feira, 12 de outubro de 2007

Figurante em cena

Existe um palco, um público á espera, papai, mamãe, cachorro, papagaio... você chamou todos para sua estréia e só quem veio foi sua mãe, as outras quinze pessoas espaçadas num teatro que cabe quinhentas são os parentes dos personagens principais.
O diretor já deu diversos sermões, várias reclamações (em você, é claro, uma simples árvore no fundo do cenário, que faz "BU" no final da cena e uma múmia horrorosa ao fim da peça que sai se desenrolando até sair de cena, ou seja, você só aparece derante 5 minutos num espetáculo de quinta para ganhar 50 reais), ele reclama por tudo, até parece quie ele iria querer interpretar num droga dessas!
Você é apenas um figurante de uma peça medíocre que ganha uma merreca, mas seu sonho mesmo era ser açougueiro, cortar com um facão aquelas carnes mortas... mas você é uma árvore e uma múmia.
A cortina se abre e você já está no palco, parado e verde (pense pelo menos nos 50 reais), poucos aplausos. Quando chega a hora da sua fala você esquece (mas era só um "BU", só um "BU" tão ensaiado!).
Foi assim que o figurante entrou em cena. Agora você só tenta emprego como aprendiz de açougueiro.

Menina Barla

sábado, 6 de outubro de 2007

Crítica por pura chatice

Reparando em meia dúzia de ícones pop, me parece que há uma ambigüidade curiosa no discurso da TV e afins. Produtos de entretenimento “vazio” parecem, espantosamente, ser mais críticos que a maioria das produções com fundo moral, “educativas” e etc. (isso se tratando de pop jovem e/ou infantil)... talvez por colocarem os espectadores dentro do seu ridículo. É o sarcasmo barato, mas lacerante, que uma vinheta da MTV tem (voluntariamente ou não) ao mostrar a alienação causada pelo seu próprio logo, só que de uma forma quase que dadaísta, transformando a mensagem em pura imagem desprovida de significado... ou quando um episódio do Bob Esponja mostra a perfeita idiotice submarina num cubo cheio de furos sem lembrar ao corpo letárgico na frente da TV que a esponja na verdade se refere a ele mesmo (ironia explorada por Chaplin por sinal).

A conclusão é que temos um mundo idiota... se até o pop (que é reflexo da população) consegue estabelecer diálogos críticos (e se valhe da idiotice geral pra vende-los) sem ser percebido, então precisamos avisar aos nossos caros semelhantes quando estamos escarrando em suas faces e ainda alertá-los que isso é uma ofensa (como já fazem os programas matinais pseudo-jornalístcos familiares).

domingo, 19 de agosto de 2007

V - Chuva II (ou A criança da Chuva)

Corre, escorre, foge, tange
Arranque à força, à ferro
Corre, escorre, carrega contigo
Molhe, debulhe na água da chuva
ingenuo pedido, uma súplica muda
e cortam os olhos as gotas
as facas da chuva que berram
que batem com força na polpa dos olhos
e molham o transtorno com gotas de chuva
e é muda a batida surda no chão

A boca calada, tremida, molhada, lavada
transborda e prossegue e entorna o copo
que vai pelo ralo e torna ao mar
e toma a forma de gotas redondas
que nuvens de luto irão derramar
no percurso cinzento que sombreia o dia

Tu choras porque, oh menina da chuva?
Eu vejo esse pranto os meus olhos banhar
teus olhos de gato, grandes, escuros
refletem o muro de luto, de nuvem
o muro de águas que hão de passar
Não chores menina, não chores a chuva
a chuva por si não dói nem aperta
corre, escorre, lava, carrega
as dores de olhos de gato pro mar.

segunda-feira, 13 de agosto de 2007

Vampiro

minha alma grita
se agita
se remoe
se constroe em cima de corpos alheios
se disfaz
é fugaz
no tempo infimo de uma mordida
teus dentes de cão selvagem
em meu pescoço frio de neve
me dilaceram a pele
num gozo, dor animal
me corto em teu punhal
pra a ti nutrir de sangue
te faço pura em pecados
e lacero meu peito e viceras
afim de a ti fundir-se
e tornarme parte pura e nua
de uma alma negra e triste

IV - O musico dos ventos

Silêncio
Guardo as palavras
Intactas
Sopram de minha mente
Latente
Sussurram entre grades e árvores
estáticas, movimento
Penetram pelas brechas
janelas semi-abertas
ouvidos inconscientes
Escutam o sussurro mudo do silêncio
do vento

Por entre a rigidez absoluta
do concreto, da ação do tempo
dança em valsa a melodia
que rodopia, gira, sopra
Por entre janelas silenciosas
por entre prédios e monumentos
que cantam no mesmo tom de silêncio
e guardam as palavras
eternamente intactas
trocadas pela perfeita expressão
contida em tantos ruídos de silêncio.

domingo, 22 de julho de 2007

Quando todos os olhos eram azuis...

Quando minha irmã e eu éramos crianças, eu me lembro, ela brincava de bonecas. Ela tinha bonecas de muitos tipos, nenhuma muito cara, e suas amigas traziam outras para brincar. Eram várias bonecas de vários tipos diferentes. Todas de uma mesma etnia, ou de etnias muito parecidas, eu não me lembro de minha irmã ter tido uma boneca negra. Bonecas, quando eu era criança, gostavam de vir com os olhos pintados de azul. Eram assim as bonecas, se bem me lembro.

Estudei em uma escola mista, onde os alunos mais velhos dividiam o espaço durante os intervalos com os mais novos. Eu me lembro de um dia, quando eu estava no pré-primário, durante o recreio, eu morava perto de um bairro predominantemente negro, a Vila Santa Cruz, vi alguns garotos negros conversando, eram muitos. Mesmo com tantos negros no mundo, em minha sala de aula não tinha nenhum. Eu estranhava aquela cor de pele, aqueles modelos de rosto, aqueles tipos de sorrisos. Eram diferentes, não tinha dúvidas disso. Eu me lembro exatamente da sensação. Lembro também de ter pensado que não queria estudar no ano seguinte com algum daqueles meninos, intimamente eu pedia a Deus que me separasse eternamente dos negros.

No ano seguinte eu mudei de escola, fui para um bairro mais pobre, mais próximo da minha casa, era um bairro com bem menos negros. Lembro de ter apenas dois, em minha sala, pode ser que havia outros, mas eu me lembro de dois, somente: uma menina que chorava muito, por qualquer coisa; um menino, que, calhou sentar à minha frente. Acho que o destino e eu havíamos esquecido do pedido que eu fizera, logo aquele menino se tornou um grande amigo de escola, é verdade que eu não me lembro mais do seu nome, mas ele foi o meu primeiro amigo na escola. Com ele, lembro bem, aprendi que se jogássemos água aos olhos quando estivéssemos com sono, acabava-se com o sono. Nunca achei que isso funcionasse bem, mas como faço isso até hoje, sempre me lembro desse menino mal desenhado em minha memória e do qual eu não sei o nome. Tive outros amigos depois dele, mas não me lembro de nenhum que, por tão pouca coisa, me fizesse adquirir um hábito tão arraigado, mesmo sem ter me convencido.

Enquanto éramos amigos, eu nunca me lembrei daqueles meninos negros conversando no pátio ou da sensação que aquilo me produzira. Somente depois de anos minhas lembranças perfilaram os dois acontecimentos, separados apenas por um curto espaço de tempo de menos de um ano. Quando somos adultos, um ano não é o suficiente para separar dois eventos, mas, quando se tem seis anos de idade, um ano pode produzir entre um evento e outro o mesmo efeito que o Oceano Atlântico causa entre a América e a África, a distância.

por Tarlei Melo, em: ( http://www.orkut.com/CommMsgs.aspx?cmm=25978687&tid=2544584656914551028 )

quarta-feira, 4 de julho de 2007

III - O contador de contos

Tardes me aguardam...
tardes longas sem fim
o amarelo, o laranja
o vermelho do pomar
hão de ser cores de mim
nesse momento de dormência
latência, calma, paz
de tardes laranja sem fim
que mancha a tela
corpo, carne do meu desejo
fresta aberta na mente
reflexo dos olhos de criança
que hei de fazer meus
para tirar do negro, cinza
as mais ternas cores
a mais sublime fantasia
e mentir ao mundo minha dor
toda vez que o sol chegar
no meu rosto o laranja, o vermelho
mentirei ao mundo minhas tardes sem fim
pra que se torne verdade
que ao menos pareça ser verdade
que em vida fui feliz...

terça-feira, 12 de junho de 2007

II - Insone

Passam as horas

passam lentas e corridas as horas

passam os pássaros

flertes com a noite debaixo da chuva

passam as penas... correm

com fumaça fluida de borracha

que cantam os pássaros na pressa

que cantam, racham, correm

os carros, e morrem em plena madrugada

a espera de uma calma

frenética quebra, cinética dispara

e vaza incondicionalmente fluida

talvez água, ou nada...


Enquanto isso a chuva

se perde em nada a chuva

se perde em olhos, meus e outros

que repicam, suspiram, param

em meio ao trafego intenso

ao trafego intenso de nada em meio

a madrugada, infames números

dígitos, signos... infames...

de relance se olham se param

reparam e dormem...

como contos do Garcia

destinados a eterna gloria úmida

triste... sublime...

de só existirem em sonhos de conto

domingo, 10 de junho de 2007

I - A estrela

Eis que surge o meu destino
arder em fogo e cinza
arder aos olhos que brilham
reflexo rubro da chama
arder e dissolver na noite
luz, calor, queimadura
mestiço de luz e sombra
cinza

Morrer em cinza
e em cinza soprar
poeira, descanço, fim
sem volta de fenix, pó
e o vento soprará a particula
se dissipará a mente
e ao nada-tudo volta

Assim seguirá o meu destino
como fogo simples comum
começa, arde e extingue

sábado, 31 de março de 2007

Silêncio...




Palavras tentam expressar e até mesmo definir muitos sentimentos e pensamentos, e portanto impregna em si grande valor semântico.
Dizem que palavras machucam mais do que uma ação física contra o corpo. Acredito, porém jamais palavras cnseguirão expressar um sentimento contido num olhar, num gesto e até mesmo o próprio sentimento.
Dizer que ama uma pessoa não é nem metade do que se sente por ela. Esse sentimento expresso não apenas por palavras, mas também por atitudes vai além de qualquer coisa, e principalmente o calar - Silêncio! -. Amar implica doar-se, abrir mão do egoísmo próprio da criatura humana, compartilhar e acima de tudo compreender e confiar.
Em tudo na vida o que achamos que resta é falar, escrever uma carta, mandar um telegrama, seja para o que for, para pedir desculpas, descrever sentimentos, demitir alguém. Ou seja, palavras e mais palavras, não excluo a necessidade de comunicação, só sei que o que mais importa na verdade é esquecido ou deixado de lado. Para que falar num momento que basta sentir?
Já usei palavras demais para tentar mostrar que palavras, ao menos para mim, já não são mais suficientes...

sábado, 24 de março de 2007

O homem que se perdeu numa xícara

Era fim de tarde, quase noite, quando começou a perceber... havia pedido um café expresso... seus amigos entravam por rumos desconexos de conversas, do condor da musica iam à ditadura no Chile e terminavam no futebol argentino. Ele olhava o movimento da cidade pela varanda do prédio... um dia comum... todas aquelas pessoas... nunca havia se dado conta delas... no seu dia-a-dia eram invisíveis... já tinha decorado o movimento automático da cidade... desviava de alguém que mexia no celular, parava no sinal esperando que fechasse o transito, escolhia uma das tantas rotas que se pode tomar no centro pra ir a alguma parte... tudo isso sem se perceber... sem se lembrar de nenhum daqueles rostos e panfletos que acumulava uma caminhada na cidade... e também agora, enquanto olhava o movimento da cidade, não percebia a figura humana ali... tudo o que podia ver era o fluxo de pequenos objetos ambulantes em meio ao vale que eram as ruas... aquelas pequenas coisinhas quando vistas da varanda, naquele movimento coletivo, se comportavam como água... e ele também era uma delas... em outros momentos do dia...

Seus amigos falavam agora dos povos nativos e o cacau... chamava-lhe a atenção isso... cacau... esse pequeno acaso dessas conversas caóticas tão comuns o tirou do transe hipnótico do vai-e-vem da cidade e o colocou num mais profundo: o das lembranças... lembrou de um sonho recorrente que tivera no passado... não sabia bem quando mas o havia sonhado há muito tempo... via-se como um caboclo sentado embaixo de um pe de cacau num fim de tarde... tinha nas mãos o miolo de uma fruta de cacau e do seu lado uma foice (própria daqueles que colhem o cacau)... isso era tudo o que se lembrava quando acordava... visitava-lhe esse sonho sempre que se esquecia dele... ate que um dia esqueceu simplesmente.... Sempre havia visto isso com um ar de nevoa... no sonho se via de fora do corpo... como se observasse a si mesmo... mas agora lhe viera essa imagem como lembrança... ele, mesmo que em sonho, era um caboclo colhedor de cacau.... pensou sobre restante de suas lembranças... não só o passado, mas tudo o que podia entender como sua vida tinha um ar de nevoa.... Percebia agora que sua vida sempre lhe pareceu um sonho... que sempre teve esse mesmo ar... percebia isso porque lhe parecia concreta essa lembrança que acabava de resgatar... sentia pela primeira vez o peso de nunca ter tido uma vida real...

Olhou para o seu reflexo no conteúdo da xícara... sentia-se estranho... sentia como se aquela imagem que estava ali, olhando com estranhamento em sua direção, não fosse só imagem... aproximou-se... viu o abismo das bordas escuras... sentiu uma vontade imensa de pular... pulou... jogou-se dentro do limbo de café... quando percebeu havia se perdido em meio aquele liquido negro.... Nunca mais foi encontrado... tomou conta de seu corpo outro homem... que não bebeu mais nenhuma xícara de café em vida...

sábado, 3 de março de 2007

Seis... e cores...

"Pato diz:
sabe... eu tava perdidinho olhando pra cor da tua letra...
Pato diz:
eu gosto desse vermelho...
Dra diz:
e lindo, ne?
Pato diz:
eh
Dra diz:
meu cabelo ta..."parecido" de leve
Pato diz:
eh um vermelho meio triste...
Dra diz:
nao acho
Pato diz:
mas como eh uma cor de computador fica uma sensação meio que perfeita, uniformizada...
Dra diz:
ele so nao e exibido...hahaha
Pato diz:
eh sim... n eh um vermelho vivo, exitante...
Pato diz:
eh um vermelho escuro... de sangue... monotono um poco...
Pato diz:
poquinho triste só... n chega a ser muito...
Dra diz:
ah, sei la...acho ele gostoso
Pato diz:
tem cara de folha de outono umida no chão...
Pato diz:
gostoso como?
Dra diz:
ah..talvez melancolico, entao
Dra diz:
nao necessariamente triste
Pato diz:
eh
Pato diz:
isso...
Dra diz:
aconchegante
Pato diz:
encorpado...
Dra diz:
hahahaahah
Pato diz:
o vermelho vivo eh muito leve... esvaece...
Dra diz:
e cansativo
Pato diz:
so as vezes...
Pato diz:
(so as vezes ele não cansa pra dizer a verdade... rs.)
Pato diz:
vermelho vivo eh muito infantil...
Pato diz:
eh legal as vezes... eh leve...
Dra diz:
hahaha
Dra diz:
hun...viajando nas analogias
Pato diz:
inevitavelmente eu tava pensando em menina... rs...
Pato diz:
(em nenhuma especificamente... mas ainda assim... formas femininas)
Dra diz:
tb
Dra diz:
bizarro
Dra diz:
eu pensei em cores como mulheres
Pato diz:
ah... qdo eu desenho eu faço altas analogias a forma feminina...
Dra diz:
ai, ai...
Pato diz:
eu pensei nas variações de vermelho como as variações da personalidade...
Dra diz:
sim
Dra diz:
mas algo como...o vermelho vivo e muito mais atraente...mas por pouco tempo...hahah
Pato diz:
me explica o teu "ai, ai..."? gostei dele...
Dra diz:
nao sei...e meio poeta, vc
Pato diz:
o vermelho vivo eh vivo... rs... da vontade de pular
Pato diz:
eh que eu so meio teatral...
Pato diz:
to ate poco hj... rs... eu costumo ser bem mais...
Dra diz:
eu sei...ta mais sensivel
Dra diz:
vc e um canalha fofo...hahha
Pato diz:
rsrs...
Pato diz:
c eh a segunda menina que concorda que eu so um cafajeste... rs...
Dra diz:
mas e
Dra diz:
haahhahaha....que meninas lerdas...haah
Dra diz:
vc e...mas e um fofo
Pato diz:
(eh que eu n saio dando em cima de cada uma que nem um cafajeste mesmo)

^^... eu... gosto de poesia... eh meu jeito de viver em sonho...
Pato diz:
ver as coisas de forma poetica... eu n consigo viver sem sonho... eh muito duro...
Dra diz:
nao via
Dra diz:
viva
Dra diz:
da vontade de cuidar de ti...
Pato diz:
^^
Pato diz:
deve ser um dos motivos que me torna um cafajeste... rsrs...
Dra diz:
pode ser
Dra diz:
mas eu te adoro mesmo asssim
Pato diz:
posso botar essa conversa do vermelho no blog?
Dra diz:
pode sim
Pato diz:
^^
ta bom... vo mudar so o teu nick... pra n ficar o teu mail..."

a conversa fala por si só...

sábado, 24 de fevereiro de 2007

Manifesto ao Henfil


Viva o Henfil alem dos documentários e livros de gramatica... viva o Henfil presente...


terça-feira, 13 de fevereiro de 2007

Quarto e reticências...

"É engraçado o seu jeito de sorrir... tão espontâneo... tão doce... eu olho de longe... e acabo sorrindo também... acabo ficando c a mesma luz nos olhos... e por um momento n penso em mais nada... e meu peito fica confortavelmente apertado... acho que chamam isso de esperança... ou sei lá, tanto faz...

É engraçado o seu jeito de sorrir... pq as vezes... qdo você já n tá mais sorrindo... vc olha pra frente... pro nada... e sua face fica suavemente triste... sua boca n tem mais a curva doce... e sim o traço frio das preocupações inomináveis... seus olhos, cansados, se rendem... talvez ao verem o nada no infinito que está por vir...eu gostaria de saber..."

escrevi ontem... pensando em botar aqui... mas botei na escambo primero... tá ai...

o blog ainda é um baú de lembranças (ou de historias que irão virar lembranças) solitário... com aquela neblinazinha tipica que cobre o lago em dias de inverno... inverno eterno de garcia marques... chuvas sem fim...

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2007

Terceiro Post

"me perdi das linhas dos segundos... sim... abri a porta do quintal e o tempo n tava la... e com o tempo foram o futuro e o passado... e também a saudade e os planos... não vejo mais estradas... tudo e nada de uma só vez... de repente sou um anjo... de repente um condenado... e isso é eterno... mil vezes eterno... os segundos já não passam pra que qualquer coisa acabe... meu peito bate, arde, forte.... de riso ou de lágrima... eternamente engalfinhados em briga ou valsa... "

axei isso na bagunça da minha pasta... não sei se eh meu... talvez ate seja... mas ta ai... pronto...

domingo, 28 de janeiro de 2007

Segundo Post

Bem... Esse eh um tópico da "Escambo" ou da "Livres Pensadores"... eh qquer dia mediocre em que me deu vontade de entender o mundo... a quem ler... deixo as mesmas perguntas... me avise quem tiver respostas...

Psicho Pato 10/01/2007 16:03
Duvidas de um pato no parque...
qual a lógica dos edifícios? eles barram o vento... escondem o sol... eles explodem e caem... eles são imponentes, sobrepunjentes... são rígidos blocos de concreto armado... ocos por dentro... carcaças de cimento recheadas de vermes solitários, cegos...

qual a lógica dos prédios?

.Kamylla 10/01/2007 16:05
Oi patinho!^^Lógica??Pra que isso??Afinal é mto mais seguro embaixo da ponte! hehehehehehehehehe
Dywyll 10/01/2007 16:06
cavernas feitas estranhas subindo gosto de cavernas que pisando não sobe
Henrique 10/01/2007 16:09
A lógica dos prédios é caber um maior número de pessoas num curto espaço onde só cabe uma casa.
Geovani 10/01/2007 16:10
não gosto da idéia de ter muitos prédios numa cidade, apesar de morar em uma poluição visual socorro, alguém salve Belém
.Kamylla 10/01/2007 16:10
Putz...vc mora no Belém Geo???Tadinho!!
Psicho Pato 10/01/2007 16:12
eh pq o mundo pede lógica... então eu resolvi procurar a lógica do mundo... inclusive dos prédios...
Geovani 10/01/2007 16:13
moro, com muito orgulho
Psicho Pato 10/01/2007 16:13
e pra que botar mais gente no mesmo espaço???
.Kamylla 10/01/2007 16:14
Perae...qual Belém???
.Kamylla 10/01/2007 16:14
Patinho
Pra ver eles se matarem, oras!!É um big brother mais organizado!hehehehehe
Geovani 10/01/2007 16:16
do Pará
.Kamylla 10/01/2007 16:17
Issshhhh...então esquece...É q tem um Belém aqui em Sampa q é um Demo nos acuda!
Dywyll 10/01/2007 16:25
Belém do menino da pedra que virou nossa água da fogueira
.Kamylla 10/01/2007 16:30
Dy...não entendo vc!
Geovani 10/01/2007 16:31
a minha Belém é uma Belém de títulos do passado
Dywyll 10/01/2007 16:33
Kami
minha fala antiga é por ser dos elementos vim trocar o aprender belem do menino judeu que veio
.Kamylla 10/01/2007 16:34
Ah tá!...pra vc tbm ! rsrsrsrsrsbrincadeirinha!
Orozimbo 10/01/2007 16:44
dado que muitos vermes nem sabem o que há em suas janelas ,eu sujiro a expansão subterrânea afim de acabar com os problemas citados pelo pato
Psicho Pato 10/01/2007 16:52
ir de encontro ao demônio do abismo rubro em vez do azul? mudaria algo alem da perda dos poentes cara arvore?
Orozimbo 10/01/2007 16:56
dado que a internet banda larga não mudaria , tudo como antes no quartel de abranches
Orozimbo 10/01/2007 16:57
com a vantagem da superfície terrestre mais arejada ,que permitiria aos ventos irem mais livres ,quem sabe até causando injurias aos malditos vermes
Grazzi 10/01/2007 16:59
Patinho
A lógica dos prédios é entulhar corpos para sobrar mais propriedades. Psicho Pato 10/01/2007 17:07
propriedades sobre os corpos então?
Andre F. 10/01/2007 17:11
Precisamos nos manter atrás das grades para evitar os criminosos. De preferência, amontoemo-nos, isso gera lucro maior num menor espaço.Já tomou seu banho de sol hoje ? Dentro do carro não vale.
Grazzi 10/01/2007 17:11
é, sobre corpos tb.
Psicho Pato 10/01/2007 17:16
e qual eh a lógica de possuir corpos e propriedades? e qual a lógica de todos se protegerem dos que estão do lado de fora? e qual a lógica de ter com isso lucro e de que ele servira?
Andre F. 10/01/2007 17:18
Não há lógica no medo e na exploração imobiliária. É a voracidade humana.
Grazzi 10/01/2007 17:20
Patinho
Segundo os ferrenhos defensores do capitalismo, eles acreditam que esse é o sistema inerente ao homem, uma lógica biológica.Eu discordo.
Ferrer 10/01/2007 17:23
eu fico imaginando o que seriam das cidades como SSA, BH, RE, RJ sem os apartamentos
Psicho Pato 10/01/2007 17:24
e os homens sentem medo dessa voracidade própria? ou são eles como os outros animais vorazes... que so sentem a fome e a consciência da comida?e em que acreditas então menina? se não é inerente ao animal humano que seja assim...
Andre F. 10/01/2007 17:25
Seriam muito melhores, Ferrer. Em São Paulo, a gente não vê o horizonte quase nunca, nem consegue olhar para o céu, sobretudo na área central...Sufocante...
Andre F. 10/01/2007 17:26
Pato, uns exteriorizam isso com violência, outros buscam abrigos artificiais.Aqui também não deixa de ser um deles.
Ferrer 10/01/2007 17:28
Eu moro em casa... legal... mas ... é romântico demais criticar a estrutura de prédios. Os apartamentos são necessários, imagine que no espaço horizontal que mora uma família, vc pode colocar 16, 32, 48 famílias, a depender do conforto.Até na antiga URSS tinha prédios residenciais........
Orozimbo 10/01/2007 17:28
pato , acho que homem tem medo que isso o torne menos homem num outro sentido de homem é como ter medo de uma dedada sacou ?isso tudo por ignorância e abobrinhas mil da sociedade e do próprio homem
Andre F. 10/01/2007 17:31
Não é melhor incentivar a expansão consciente das cidades ? O que a gente busca, afinal, com tanta aglomeração em áreas restritas ?E depois, ainda por cima, artificializamos a natureza que devastamos. Um retorno enviesado a uma origem perdida.
Psicho Pato 10/01/2007 17:38
então o medo do homem anjo de ser na verdade um homem animal eh pura frescura bajuladora de ego?que lógica há em expandir as cidades? que lógica há em ocupar o mundo?
Chalaça 10/01/2007 17:39
Q conversa idiota.
Andre F. 10/01/2007 17:39
Que lógica há em desabrigar ou deixar morrerem à míngua os que nascem em regiões menos favorecidas climaticamente ou financeiramente ?
Ferrer 10/01/2007 17:40
Bem a lógica de expansão é a seguinte: João e maria moram numa casa, mas João faz 3 filhos, a casa tem de crescer e por ai vai,
Grazzi 10/01/2007 17:45
"e em que acreditas então menina? se não é inerente ao animal humano que seja assim... "Eu acredito na vontade de ser bom. E podem me chamar de maniqueísta.Se não fosse essa vontade o mundo já tinha acabado.
Orozimbo 10/01/2007 17:47
"então o medo do homem anjo de ser na verdade um homem animal eh pura frescura bajuladora de ego?"acho que é , além da incapacidade de controlar o prazer de esquecer a dor de ser homen no outro ex. virar viado andre , eu prezo + um bosque que ajuda no equilíbrio do planeta que uma família que faz justamente o oposto e agora ?
Andre F. 10/01/2007 17:49
Orozimbo, não deixam de ter a mesma condição de seres vivos.Um abraço, rapaziada. Vou sumir de novo.
Psicho Pato 10/01/2007 17:51
andre... eu sou péssimo em respostas... por isso faço tantas perguntas... vc vê a lógica??? ela parece obvia pra vc? eu n disse q n tinha... so perguntei qual era...
Psicho Pato 10/01/2007 17:54
arvore... então... se for verdade... nossos problemas com esse medo são bem pequenos...

Primeiro Post

Bom, com este tópico meio que altista ( meio? ) pretendo começar o blog. Vou dividir este Blog aqui com o Pato. tá aqui o primeiro post, uma conversa nossa que, quem tiver paciência de ler tudo, pode deixar comentário fazendo o favor de contribuir em algo com o texto, ou pelomenos dizendo que gostou, ou não, achou ruim, achou uma merda e até perguntar "meu deus, onde vocês compraram esse oregano..."hehe, aí vai

BoLo diz: po, aquela mulher que ta abaixo de mim... é boa. porra bicho... só tem tu no meu MSN e tu num quer baixar o negócio :/vamo lá já que não tou fazendo nada vamos discutir coisas que num vão levar a canto nenhum
Pato diz: to falando c ela, hahapq tu acha?
BoLo diz: acho o que? ela boa?ela tem cara de quem faz filantropias
Pato diz: pq tu acha que ela ta no meu orkut
BoLo diz: ah... huahaabicho... se tudo acaba sempre de uma maneira merda, pra vc tomar no cu, pq queremos sempre vivenciar estas coisas?as pessoas preferem se foder ao estático?
Pato diz: ??? reformule a sua retórica
BoLo diz: talvez o estático seja um estado que prove que nossa mente está presa ao nosso corpo e vivemos querendo negar issohhmm... é o seguinte estava pensando certo dia sobre trabalho e mulher e, tipo, vou exemplificar mulher, daí vc aplica em outras coisas. vêtu acredita em relacionamentos duradouros? aquele clichê idealizado por todos os recém-casados de dois velhinhos amando-se e tal? tu acha que ali é o ápice da felicidade? o exemplo de gente que se deu bem no amor?bom, com mulher eu sempre tomei no cu e conclui que todo mundo irá tomar, até estes velhinhos pq (apesar deles terem pequenas brigas e bla durante aquela vida) um vai morrer e o outro vai tomar no cu é como um fora. o que é um fora? vc ta com um afeto muito grande por uma pessoa, derrepente ela manda-o ir a merda, ou seja, parar com isso. então nem estes idealizados velhinhos estão salvos de se lascarem o mesmo no trabalho (q é até mais evidente)vc se dedica pra caralho, pra depois te darem um pé na bunda (mais cedo ou mais tarde) então aplique isso a tudo e vc vai descobrir que tudo acaba em merda
Pato diz: é caralho!!!! eu já tinha percebido isso...
BoLo diz: agora veja, então pq a gente quer sempre vivenciar isso?
Pato diz: pq é bom...
Pato diz: mas digo mais... n é se fuder... são ondas...
BoLo diz: pronto, deixe-me terminar... sem falar, por favor...
Pato diz: haha... termine.
BoLo diz: então concluo que, as pessoas vivem com o único propósito de se lascar, mesmo que indiretamente. mas o porquê disso, é que me interessa... o pq.
Pato diz: posso responder?
BoLo diz: Não, deixa eu falar. vou chega no ponto
BoLo diz: ninguém gosta de se fuder (de verdade, pq todo mundo gosta de fazer montinho, que é um se fuder fictício). agora, no que eu quero discutir... bom, acredito que a gente ignore essas merdas, pq se não.... a gente fica inativo. e o que é a inatividade? é um pesadelo humano, não acredito que ninguém queira ficar parado, estático, a vida inteira.
Pato diz: tipo... qualquer coisa é melhor q a estática?
BoLo diz: por isso a gente é obrigado a vivenciar essas coisas pq ficar estático lembra a gente, a prisão em que a nossa mente vive. lembra-nos que somos limitados por um corpo, ou seja, lembra-nos que nosso corpo é uma prisão, um limite para a mente, para o seu funcionamento pleno e isso deixa as pessoas incomodadas por isso situações de estatícidade (olha o neologismo ae) são tão abominadas pelas pessoas.Pronto, terminei o que queria dizer
Pato diz: cara... eu vou anotar isso...
BoLo diz: comente
Pato diz: bem...comentários by pato... rs...o lance é que fazemos isso pq queremos nos satisfazer... tipo... as coisas são como ondas... pra vc gozar tem que doer... pra ser feliz tem que se foder... vai e vem... quanto mais sobe mais desce e mais sobe e mais decai... agora... pq a gente quer ficar nesse vai e vem ondulado... é pra sair da estática que vc falou pq a estática é o contato pleno c vc mesmo... e as pessoas acham isso horrível... mesmo sem saber o que é.to conseguindo explicar direitinho??? rs...
BoLo diz: sim
Pato diz: sou péssimo com explicações...voltando...eu acho que a estática é a paz... só que com paz n existe felicidade... nem evolução... nem nada... é só a paz... a paz do nada absoluto... nirvana... tem gente que chama assim...então... vc percebe que as pessoas n querem paz... elas querem satisfação... elas fogem delas mesmas como diabo da cruz.
BoLo diz: mas pq lutam pela satisfação se no final, vão se lascar? pq ignoram isso? o porquê de ignorarem é que me interessa.
Pato diz: pq no ápice da onda... elas ficam plenamente satisfeitas... e esse único momento pleno vicia...como heroína... o ápice do efeito te deixa satisfeito... mas quando sai do ápice... vai pro outro ápice... ai vc fica completamente insatisfeito... vc quer mais... e pq vc quer mais?? pq vc quer continuar c essa onda? pq vc n consegue ficar estático... pq a estática é a morte total... mais do que a morte física... a estática é a morte completa e total sobre qualquer visão religiosa ou cientifica e nos n conseguimos querer a morte...nem os suicidas... eles querem que acabe a dor... querem mudança... mas n a estática...
BoLo diz: hum hum. Então nesse mar ae fictício um mergulho, experimentando o silêncio, fora das oscilações é a morte plena.
Pato diz: é... pensa em um gráfico de onda... é melhor...
BoLo diz: então ta... no terceiro e quarto quadrante... grea...
Pato diz: haha... só precisa ter dois quadrantes...
BoLo diz: mas e quando ocorre a morte física, e nossa mente se liberte para fora de sua prisão (nosso corpo) onde estaremos neste mar? com o funcionamento pleno da mente? sem prisões?
Pato diz: sei lá... ai já é teoria metafisica-religiosa... olha... pelo que eu conheço de espiritismo, catolicismo e etc... morte n é libertação do corpo n... é libertação do corpo físico... de carne...
BoLo diz: exato! (me plagiaram.. miseráveis)
Pato diz: a libertação total... é a estática... eles n vêem a morte total nas religiões... tirando o budismo... cara... procure saber sobre o nirvana... vc vai gostar.
BoLo diz: tipo, eu fui certa vez a um templo budista li algumas coisas achei as explicações sobre o nirvana um pouco confusas. até fazer tentativas de meditação...
Pato diz: leia em um livro de filosofia... n sobre o método de alcançar o nirvana, mas sobre o nirvana em si... o que é o nirvana... eu tenho um livrinho aqui se tu quiser emprestado... é meio confuso mas é legal...pelo que eu entendi... o nirvana é justamente isso... o fim das variações da onda... o fim do desejo... que é o responsável pelas variações da onda...
BoLo diz: então é horrível e não maravilhoso, como descreve o Sidarta.
Pato diz: nirvana é paz... paz pura... só isso... eu n sei se o Buda chegou no nirvana... eu acho que n... mas... ele deve ter chegado em um estado bem próximo...
BoLo diz: rapaz...... eu já vi o nirvana ele é assim:
Pato diz: Kurt Cobain?? haha
BoLo diz: olha aehttp://www.orkut.com/AlbumZoom.aspx?uid= (censurado para preservar a identidade do individuo)como ele é belo
Pato diz: haha
BoLo diz: viu?
Pato diz: o... cara... quero comer esse nirvana.... hahahaha
BoLo diz: hauahuaa... meus pêsames.
Pato diz: realmente... depois de uma dessa... é morte final... haha
BoLo diz: po vei, falando em paz e mulher, vi uma frase muito boa hoje"O pombo é o passarinho da paz e a mulher é a paz do passarinho"
Pato diz: haha...

Por Paulo... no bolodeameixa.blog.com...