quarta-feira, 16 de setembro de 2009

Icaro II

vislumbrei em um momento meu fim...

tal qual lampejo de sol olhei e perpassei a luz, e ali o sol, disco luminoso cercado de sombra... e lá eu, febril, transbordo no alto do céu irradiando fogo e chama, meu presente, o mais puro, (me escuta cassandra?), despejado no trinco da porta na escada no desprezo por todos os mortos na carruagem no incenso, (não... incenso de poeira molhada, chá, bebo e me banho suspenso)...

lá, eu febril, levantei, no alto do céu, a luz em tempestade em sopros navalha, perpasso, o sol como a lua cheia, luminoso cercado de sombra, eu, no alto do céu, transbordando chama enternecida derreti e chovi, meu presente, o mais puro, despejado doce no chão, no alto do céu, (e todo o amor, todo o amor que eu te tive), de olhos fechados, mergulhando em mim ao meu principio, (à o ser suspenso e só)

enternecido, com as gotas pesadas e quentes de chuva, (que me beijavam a boca e os olhos e o corpo todo, que tu me beijava), fui tomado por uma doçura triste, me fiz azul, todo azul, azul triste e longe e terno e doce, com toda a liberdade que me invadiu e explodiu em mim, e me explodiu em mim, ascendi, livre espontâneo sincero e presente, absolutamente presente, ascendi, ascendi em queda livre, ascendi ao chão...

...

minha memória que ecoa, meu presente que ecoa, eu ecôo... em liberdade espontânea sincera presente... ecôo, escuta meu som e ecoa, ressonemos, sono, sonho, memória...

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