sexta-feira, 14 de maio de 2010

aurora

manhã tardia
despertar de uma madrugada embaçada
virei a névoa do vidro, algum dia, não esse
a névoa solta, do vidro, fora do vidro, embaçando as pedras e postes, tudo fica singelo na madrugada... baratas não giram cataventos no silêncio de carros insones... poeira do interior...
amanhece ao meio dia, eu, que perdi o sino das três, entardeci dormente e meu corpo se fez por si
fluorescente por si... fluorescer é uma passagem sem dia nem noite, existe, não acaba... de repente acaba...
fluorescer não passa...

despertei de uma tarde
o sol me dissipou, névoa fugida do dia, algum dia, não esse
a madrugada presente no vácuo que ficou de sua ausência
eu onde ela não esta, onde não estava, onde não estive, onde não passo...
onde nenhum gozo invadiu a minha alma
eu um nada manchado de sol
e as folhas secas retorcidas no chão algum dia...

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