terça-feira, 12 de junho de 2007

II - Insone

Passam as horas

passam lentas e corridas as horas

passam os pássaros

flertes com a noite debaixo da chuva

passam as penas... correm

com fumaça fluida de borracha

que cantam os pássaros na pressa

que cantam, racham, correm

os carros, e morrem em plena madrugada

a espera de uma calma

frenética quebra, cinética dispara

e vaza incondicionalmente fluida

talvez água, ou nada...


Enquanto isso a chuva

se perde em nada a chuva

se perde em olhos, meus e outros

que repicam, suspiram, param

em meio ao trafego intenso

ao trafego intenso de nada em meio

a madrugada, infames números

dígitos, signos... infames...

de relance se olham se param

reparam e dormem...

como contos do Garcia

destinados a eterna gloria úmida

triste... sublime...

de só existirem em sonhos de conto

Nenhum comentário: