Corre, escorre, foge, tange
Arranque à força, à ferro
Corre, escorre, carrega contigo
Molhe, debulhe na água da chuva
ingenuo pedido, uma súplica muda
e cortam os olhos as gotas
as facas da chuva que berram
que batem com força na polpa dos olhos
e molham o transtorno com gotas de chuva
e é muda a batida surda no chão
A boca calada, tremida, molhada, lavada
transborda e prossegue e entorna o copo
que vai pelo ralo e torna ao mar
e toma a forma de gotas redondas
que nuvens de luto irão derramar
no percurso cinzento que sombreia o dia
Tu choras porque, oh menina da chuva?
Eu vejo esse pranto os meus olhos banhar
teus olhos de gato, grandes, escuros
refletem o muro de luto, de nuvem
o muro de águas que hão de passar
Não chores menina, não chores a chuva
a chuva por si não dói nem aperta
corre, escorre, lava, carrega
as dores de olhos de gato pro mar.
velhas... como os postes... as sementes do mal... os comedores de folhas......... como as crianças da lavadeira abandonada os porcos voam...
domingo, 19 de agosto de 2007
segunda-feira, 13 de agosto de 2007
Vampiro
minha alma grita
se agita
se remoe
se constroe em cima de corpos alheios
se disfaz
é fugaz
no tempo infimo de uma mordida
teus dentes de cão selvagem
em meu pescoço frio de neve
me dilaceram a pele
num gozo, dor animal
me corto em teu punhal
pra a ti nutrir de sangue
te faço pura em pecados
e lacero meu peito e viceras
afim de a ti fundir-se
e tornarme parte pura e nua
de uma alma negra e triste
se agita
se remoe
se constroe em cima de corpos alheios
se disfaz
é fugaz
no tempo infimo de uma mordida
teus dentes de cão selvagem
em meu pescoço frio de neve
me dilaceram a pele
num gozo, dor animal
me corto em teu punhal
pra a ti nutrir de sangue
te faço pura em pecados
e lacero meu peito e viceras
afim de a ti fundir-se
e tornarme parte pura e nua
de uma alma negra e triste
IV - O musico dos ventos
Silêncio
Guardo as palavras
Intactas
Sopram de minha mente
Latente
Sussurram entre grades e árvores
estáticas, movimento
Penetram pelas brechas
janelas semi-abertas
ouvidos inconscientes
Escutam o sussurro mudo do silêncio
do vento
Por entre a rigidez absoluta
do concreto, da ação do tempo
dança em valsa a melodia
que rodopia, gira, sopra
Por entre janelas silenciosas
por entre prédios e monumentos
que cantam no mesmo tom de silêncio
e guardam as palavras
eternamente intactas
trocadas pela perfeita expressão
contida em tantos ruídos de silêncio.
Guardo as palavras
Intactas
Sopram de minha mente
Latente
Sussurram entre grades e árvores
estáticas, movimento
Penetram pelas brechas
janelas semi-abertas
ouvidos inconscientes
Escutam o sussurro mudo do silêncio
do vento
Por entre a rigidez absoluta
do concreto, da ação do tempo
dança em valsa a melodia
que rodopia, gira, sopra
Por entre janelas silenciosas
por entre prédios e monumentos
que cantam no mesmo tom de silêncio
e guardam as palavras
eternamente intactas
trocadas pela perfeita expressão
contida em tantos ruídos de silêncio.
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