sábado, 16 de agosto de 2008

Licantropia

Escuro
apenas o ar e o tato, escuto
a mim, meu corpo, inane
sinto... toco a minha imagem
inane
me aproximo...
os sons ecoam com o arrastar de meu dedo sobre mim mesmo
canto disforme, acordes maculados
agudo cortante, grito
uma lasca de minério refinado, me invade...
veneno, chumbo
o correr do sangue metalizado em cinza cessa meus sentidos
sua nova essência, fria, lacera o meu sentir
dormente, me recordo de um frio...
frio outro, reconfortante
enquanto meu ser se perde na consciência do extinguir
e...
na consciência...
no extinguir...
perdido...

Não sou.

3 comentários:

Amanda Camila disse...

milhares de sensações passaram na minha cabeça agora...

sensorial...

Anônimo disse...

Belos textos! Vou voltar e ler com calma depois!

A favor do vento disse...

Quase posso sentir esse frio
quase posso sentir uma dor,
qualquer dor que seja,
quase posso...
posso...
acho que também não sou.