A luz refletia nas águas
Era a lua artificial em águas artificiais
Eram meus olhos falsos
Falsas cantigas com letras de mentira
A noite era uma farsa.
Para casa caminhei em procissão
Numa reza sem sentido.
A lua de refletor derretia o plástico
Quando dei por mim a máscara derretia
Meus olhos falsos, meus sentimentos falsos
A mudez do outro, mudez do escuro
Nada mais,
mas até o nada era triste farsa
Até o escuro. O escuro não existia
Era a sede do tempo, e esse eu não sabia
Derreto em prantos de plástico por fim
Afogo-me no calor da mentira
Minto para o tempo,
Esse que já nem sei,
Para o tempo que não existe.
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