domingo, 2 de agosto de 2009

De memórias e cartas do Crowley...

quando me via sentado na calçada um gato

foi o tempo disforme que já me fazia o hoje ser também no passado

e quando digo hoje te vejo, te vejo inteiro com olhos de gato, te vejo olhar pra mim

e ti sem saber é quem faz a curiosidade passada tua, como um flerte do espírito no viver o tempo

como tocar ontem a vontade presente...

e então ti sabia por inspiração, instinto ou ser que era eu que te via do outro lado da calçada um gato e mistério de não saber que sabia

eu que vejo surpreso a mim mesmo presente em outro tempo sendo ao teu lado me sinto sentir que esse ser, instinto, inspiração que me faz sentir ti por perto de mim vem de ti perto de mim

e ti tando distante de mim agora e perto todo o tempo e perto no agora que é o tempo todo... ti pode me sentir? pode sentir meus agradecimentos macios? se sinto teu toque agora em chuvas rosa e incensos...

vivo a ansiedade de um agora fragmentado, a ignorância de ser um fragmento disperso de mim mesmo... não sinto meus sentires por não me sentir todo...

então a vontade de desvendar mistérios e de me desvendar pra ti num ser nu e nu de nudez, que a nudez se veste a si mesma quando se acha nua... nos mistérios mexidos sobe a poeira de um agora todo... do meu tar contigo atemporal... nos nossos mistérios e movimentos sensíveis de chuvas rosa e gatos nevoados... nós que nos sussurramos mutuamente...

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