Hoje resolvo não seguir a diante com este espaço. Sinto um tanto como a perder um objeto de estima, alguma coisa que já tenha se erguido a estado de ente lúcido. Sinto um tanto, também, pelo fato de que, não existindo mais aqui esse lugar, minhas motivações para tomar nota de letras e sentidos mingua. Creio que justo este estado de coisa intima minha, elevada a ente animado externo a mim, que me trazia certo conforto e vontade em colocar letras aqui. Acho justo, então, deixar esta carta, ou oferenda, como se presta homenagens ao solo ou à água ou a um pedaço de coisa elevada a ser. Como Stalker ao entrar na zona, reconfortado pelo cheiro à erva fresca. Resolvo não seguir, tanto porque não sendo concreta a natureza desse espaço a sua concretude faz pouco sentido, quanto não sendo concreta a minha natureza é frágil o sentido de se ter esse espaço concreto de manifestações de mim... e dessa fragilidade o sentido se erodiu até o estado de película extremamente fina de a pouco, quando por fim deixou de ser. Deixo esta carta, também, como um devaneio e um ultimo escrito aos que não me conhecem, que imagino não haja nenhum. Aos que me conhecem só uma frase ou duas sejam de importância. Este cheiro a erva fresca vai continuar a existir em mim e além de mim, visto que não é uma manifestação minha, então o ente que habita este espaço não estará findo, e encontro ele como parte de mim e parte além de mim em algum lugar desabitado. Deixo este espaço no momento que lhe tenho mais apreço e distanciamento.
Durante o tempo livre das próximas semanas dedicarei algum tempo a arquivar os escritos daqui procurar os botões de finda-lo ou guarda-lo definitivamente. Penso, também, em manuscrever a maior parte das coisas, que me agradam manuscritos, apesar de não fazer muita noção do que faria com eles. Creio junto com isto esvaece, também, o pato e os tons azuis...
A ti... um aceno na praia... inaudivel... fellini...
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