sexta-feira, 2 de setembro de 2011

à minha estrela

te agradeço, estrela e não esqueço de ti
estrela negra Nagô
de luz branca que ofusca
me deste tudo que pedi
já não te peço nada
estrela branca Nagô
aqui ponho minh'oferenda
tu que não devia nada nem me pediste nada
em tudo que é nada te pago
estrela negra Nagô
primeira da noite
última da manhã
entre a lua e o sol
que me sela as costas
pouco te miro a face
tão doce e prestativa
me deste a lenha do fogo vivo
que agora é cinza
e te ofereço a cinza
como tudo que tenho
como eu mesmo sou cinza
estrela branca Nagô
de cordel lumiante
entrelaçada em fio de sangue
sou do mesmo teu sangue?
já não sei se te ouço mais
então sou como ti, estrela sozinha
e nos veremos no infinito
assim que me apague
o tempo é uma vaidade breve

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