[quarto escuro... porcelana bordô e chá de canela... há cheiro vermelho-canela por toda a parte... uma, cabelos vermelhos, vestido florido e lápis preto... na frente porcelana e mesinha de centro... atrás escuro, a sombra da mesinha faz as pernas e a cadeira onde se senta misturarem com o escuro atrás... a outra a quem fala veste branco e bege... cabelos pretos e curtos... a ti, não vai ver ela... e estará olhando a que fala como se olhasse a teus olhos...]
é como se lançar ao limbo, só músculos e ossos...
enfiado num balão escuro
então faz força pra alcançar a superfície...
e o limbo emana o vago... e frio que é o vago...
envolto em peles... raposas vivas...
macias e cintilantes
e a superfície aquece... é longínqua a superfície...
aqui só músculos e ossos...
máscaras e lápis de cor...
enrubesce o rosto... e então o prazeroso e o alegre...
a pele um ser distinto...
e eu... não sou eu que te toco e falo todos os dias, sim minha pele... macia, pintada os olhos e a boca... e dela se me olha adentro pode ver que só um corpo nú... nú de pele inclusive... cru e frio... não há compaixão em fibras de sangue, cherí, não há empatia... é tudo um nascer sem fim...
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