quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

dos rios

 a vida tanto se modifica e se esvai como a alma triste dos cadernos empoeirados
sua morte viva estampada em festa ou fábulas do garcia
olho o amarelado das folhas do que seria ontem, toda melancolia de um dia que passou como chuva numa tarde calada...
essa vida morta, todo sentir puro, imagino seu vazio, futuro, que aterrador, que monstruoso...
a tristeza das coisas ínfimas, das borboletas e efêmeras... da delicadeza arrasada sua ingenuidade um segundo antes...
e o presente, esse uma página amarelada vivendo sua alvura...
se perde, tudo se perde em meio ao vazio sem fim, logo faz parte dele...
como delicadeza triste das coisas ínfimas... as borboletas e efêmeras...
tudo isso, toda vida, algo tão ingênuo e ínfimo que faz querer anular, ir ao teto, tocar o céu em comoção depois cair cair cair... como uma formiga com vento de chuva...
a comoção é único momento que realidade se torna todo... comoção me preserva a vida...
por isso, apenas, vivo, me nego não viver... é tão maior, tão maior que o vazio... como comprar pêssegos insones ao amanhecer com lembranças de noite, e rosado manchado de luz vermelha macio de lençóis... cigarros desolados de navalha e saudades...
viver é uma morte maior...

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