quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

quarto

tentei alcançar a lua e a comi
um estranho enevoado a tirou de mim
olhei-o nos olhos escuros
tive medo de todo esse mau instinto, essa ingenuidade medíocre que me corre nas veias...
olhei-a, os braços estendidos ao céu acima das estrelas...
caí ao chão
sua imagem branca de brilho chuvoso borrava meus olhos e apagou tudo que eu tinha
ah... que prazer em desmanchar como uma aquarela...
e o brilho branco quase cego que me olhava e me transformava em ninguém, um indigente amorfo
a noite como um betume que tingia tudo de uma madeira triste
ela envolta no lençol vermelho que eu fiz
caí no chão
um gosto de gasolina e borracha preta
e esse estranho borrado que me persegue

Um comentário:

Anônimo disse...

PROFUNDO! MUITO PROFUNDO!