domingo, 10 de outubro de 2010

dos postes onde nada habita

vou pintar minhas paredes de azul
trazer uma noite azul esfumaçada ao meu quarto
manchar os dedos a cara impregnar de pingos
e então secar... e então pó a se dissolver no tempo
não pode me pintar não pode me por cores
minhas paredes ruínas onde ninguém habita onde não habito
minhas paredes o fantasma ucraniano onde não vagueio...
onde te encontra fauno? onde te pusesse de mim?
a erva começa a cheirar no campo? não sinto
que é esta estação?
vou pintar de azul, esfumaçado, onde habita ouriço
para que ele habite, para que habite novamente
e que venha o fauno e comece a cheirar à erva
vivo entre as ruínas escorrendo entre as ruínas
onde deus se faz aos infelizes os seus enganos
e ergue os muros de seus desejos e as necessidades de clausura
e sufocam clausura
paredes de azul... esfumaçado como não fosse novo como fosse desabado, mas não vai ser...
quero me esgueirar na ferrugem nos tijolos cobertos de lodo na erva que começa a cheirar
com a alegria de sentir o ser
com a alegria de voltar
com o ar que invade e arde doce
stalker

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