Corre, escorre, foge, tange
Arranque à força, à ferro
Corre, escorre, carrega contigo
Molhe, debulhe na água da chuva
ingenuo pedido, uma súplica muda
e cortam os olhos as gotas
as facas da chuva que berram
que batem com força na polpa dos olhos
e molham o transtorno com gotas de chuva
e é muda a batida surda no chão
A boca calada, tremida, molhada, lavada
transborda e prossegue e entorna o copo
que vai pelo ralo e torna ao mar
e toma a forma de gotas redondas
que nuvens de luto irão derramar
no percurso cinzento que sombreia o dia
Tu choras porque, oh menina da chuva?
Eu vejo esse pranto os meus olhos banhar
teus olhos de gato, grandes, escuros
refletem o muro de luto, de nuvem
o muro de águas que hão de passar
Não chores menina, não chores a chuva
a chuva por si não dói nem aperta
corre, escorre, lava, carrega
as dores de olhos de gato pro mar.
3 comentários:
A boca calada, tremida, molhada, lavada
transborda e prossegue e entorna o copo
que vai pelo ralo e torna ao mar
e toma a forma de gotas redondas
que nuvens de luto irão derramar
no percurso cinzento que sombreia o dia
De fato, acho q sou a pioneira nos comentários, mas gostaria de dizer q esse trecho mexeu d + comigo...
E todo o "canto virou pranto pra mim". talvez o percurso cinzento sombrie o meu dia hoje, não ontem q foi dia de luz, mas hj dia de trevas...
Barlinha
Digno de uma análise. Se eu estivesse a altura até arriscaria.
Farei um esforço para que na próximo vez eu consiga fazer um comentário mais interessante.
pousar por aqui...^^
ontem fui trocar a página do calendário e sabe o que encontrei?uma frase de goeth junto com uma imagem de um cogumelo vermelho com branco, que muito me fez lembrar tuas palavras sobre o morango..rs...foi inesperado ter encontrado o cogumelo no calendário da cozinha.Agora toda vez que entro lá eu lembro da tua história de cogumelos e junto eu lembro de papoulas...^^
forte abraço
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