Rápido
enquanto me consumo
rápido, certo
como a sagacidade cruel de um pensamento ao meio dia
alto, frenético, entorpecido
em meu corpo imolado a euforia flamável vibra... e minhas cinzas se elevam calmamente
fui eu...
o fogo
fui eu, o fósforo...
e o liquido quente que escorria...
fui...
agora calmamente, meu bem
já não acredito em mim mesmo ou no sol
cinza, minúsculo
velhas... como os postes... as sementes do mal... os comedores de folhas......... como as crianças da lavadeira abandonada os porcos voam...
quinta-feira, 4 de dezembro de 2008
quarta-feira, 19 de novembro de 2008
XI - Fauno
Andei, ando, até tal momento onde ocorre de inexato tua aparição (ou mais certo seria a minha). Não te percebi em forma de frio, então névoa, então algo que se reflete no liso das folhas e fungos dos galhos. Sussurrasse lamúrias, que a mim se passaram pelo irremédio dos meus sonhos diurnos. Tomasse forma, te percebi. Tal qual parede em minha frente, teus cascos ampliados pelo foco do meu espanto. Estático te vi por completo, dois pares de olhos e uma boca bem desenhada, com enrolados de cabelo preto e um par de chifres redondos.... te encontrava a espelhar o sol, assumindo uma forma grandiosa de Pan sob vista de Apolo. Não foi de imediato que percebi que foi causa que planejasse toda a cena... todavia causasse meu encanto.
“Lucio” a mim como se dançasse, “contame teu desejo de não ser” e foi como brincadeiras de sátiro. E ecoou... “contame”, “contame teu desejo de não ser”, “contame teu desejo”. Olhei abaixo, olhei o sol reflexo... “sinto frio” enquanto esboçava um sorriso triste. Olhou abaixo, olhou a mim... “vaite embora” a mim como sussurro, “não foi o que pedi” e isso se tornando distante.
Ando... até tal momento onde ocorre de inexato tua aparição. Ainda hoje prefiro não pensar que foi causa que planejasse toda a cena... ou mais certo seria eu.
“Lucio” a mim como se dançasse, “contame teu desejo de não ser” e foi como brincadeiras de sátiro. E ecoou... “contame”, “contame teu desejo de não ser”, “contame teu desejo”. Olhei abaixo, olhei o sol reflexo... “sinto frio” enquanto esboçava um sorriso triste. Olhou abaixo, olhou a mim... “vaite embora” a mim como sussurro, “não foi o que pedi” e isso se tornando distante.
Ando... até tal momento onde ocorre de inexato tua aparição. Ainda hoje prefiro não pensar que foi causa que planejasse toda a cena... ou mais certo seria eu.
segunda-feira, 27 de outubro de 2008
A triste indiferença do esquecimento (Parte III)
No escuro da noite escuto os estalos
Dos sonhos manchados, esfacelados em mil partes
Há vontade de se contrapor ao eu imperante
Escuto os estalos de pés que se movem
No silêncio da noite cuidadosamente
E acima dos pés: planaltos, planícies...
contextualizados de forma imaginativa
Querendo anciosamente um significado
para estar acordado tão tarde da noite
A procura de sombras, contornos, marcas
Os móveis estalam, a casa estala
Estão crescendo no âmbito sombrio
No escuro não podem enxergar com precisão
Não se pode juntar partes, consertar sonhos,
limpar as manchas.
Volto para a cama na espera de novo sonho
Esqueço-me do anterior
Dos sonhos manchados, esfacelados em mil partes
Há vontade de se contrapor ao eu imperante
Escuto os estalos de pés que se movem
No silêncio da noite cuidadosamente
E acima dos pés: planaltos, planícies...
contextualizados de forma imaginativa
Querendo anciosamente um significado
para estar acordado tão tarde da noite
A procura de sombras, contornos, marcas
Os móveis estalam, a casa estala
Estão crescendo no âmbito sombrio
No escuro não podem enxergar com precisão
Não se pode juntar partes, consertar sonhos,
limpar as manchas.
Volto para a cama na espera de novo sonho
Esqueço-me do anterior
domingo, 26 de outubro de 2008
Mede in China
A luz refletia nas águas
Era a lua artificial em águas artificiais
Eram meus olhos falsos
Falsas cantigas com letras de mentira
A noite era uma farsa.
Para casa caminhei em procissão
Numa reza sem sentido.
A lua de refletor derretia o plástico
Quando dei por mim a máscara derretia
Meus olhos falsos, meus sentimentos falsos
A mudez do outro, mudez do escuro
Nada mais,
mas até o nada era triste farsa
Até o escuro. O escuro não existia
Era a sede do tempo, e esse eu não sabia
Derreto em prantos de plástico por fim
Afogo-me no calor da mentira
Minto para o tempo,
Esse que já nem sei,
Para o tempo que não existe.
Era a lua artificial em águas artificiais
Eram meus olhos falsos
Falsas cantigas com letras de mentira
A noite era uma farsa.
Para casa caminhei em procissão
Numa reza sem sentido.
A lua de refletor derretia o plástico
Quando dei por mim a máscara derretia
Meus olhos falsos, meus sentimentos falsos
A mudez do outro, mudez do escuro
Nada mais,
mas até o nada era triste farsa
Até o escuro. O escuro não existia
Era a sede do tempo, e esse eu não sabia
Derreto em prantos de plástico por fim
Afogo-me no calor da mentira
Minto para o tempo,
Esse que já nem sei,
Para o tempo que não existe.
quinta-feira, 23 de outubro de 2008
Cassandra
Seria essa a maldição
Prever o que não mudará
Viver a morte futura
Levando vermes na sombra
nos pés talham o encontro
Furos, dutos, vasos
Canais hemorrágicos
Memória das chamas
Da cidade dos cavalos
Seria, foi, é
Nascida Cassandra
Das árvores que lhe comeram as cinzas
Dos homens que lhe comeram os frutos
Fecunda no ventre dos bárbaros
Novos descendentes da cidade dos cavalos
Com a memória das chamas
Com os olhos miseráveis
Com os vermes que talham na carne
Um caminho que não mudará
Viva e morta, Cassandra
em 02/08/08
(Sinceros agradecimentos a Mayra Meira por ter me ajudado a obter um acaso fundamental, não pra escrever... mas pra me lembrar em boa hora)
Prever o que não mudará
Viver a morte futura
Levando vermes na sombra
nos pés talham o encontro
Furos, dutos, vasos
Canais hemorrágicos
Memória das chamas
Da cidade dos cavalos
Seria, foi, é
Nascida Cassandra
Das árvores que lhe comeram as cinzas
Dos homens que lhe comeram os frutos
Fecunda no ventre dos bárbaros
Novos descendentes da cidade dos cavalos
Com a memória das chamas
Com os olhos miseráveis
Com os vermes que talham na carne
Um caminho que não mudará
Viva e morta, Cassandra
em 02/08/08
(Sinceros agradecimentos a Mayra Meira por ter me ajudado a obter um acaso fundamental, não pra escrever... mas pra me lembrar em boa hora)
segunda-feira, 29 de setembro de 2008
Amanhecer enquanto espírito
Logo ao clarear o sol
caminho
enquanto a noite se faz presente pelo seu frio
enquanto é noite
frio... presente
retoma meus laços de criança
retorna... no meu contrato com o mundo
esses momentos breves da manhã
ainda mais, presente, assim me sinto
em memória, borrado de azul, alheio ao tempo
absolutamente puro, presente, alheio ao não eu, agora...
lilás, azul, um elefante...
nuvens
pássaros
luz
frio
sinto tudo
absolutamente cruel, sinto tudo
e em cada imagem que vejo, duas cores
na mais absurda dualidade que me permite dois braços
vou com o vento e fico
Minha carcaça se traduz falsa no evento do entardecer.
caminho
enquanto a noite se faz presente pelo seu frio
enquanto é noite
frio... presente
retoma meus laços de criança
retorna... no meu contrato com o mundo
esses momentos breves da manhã
ainda mais, presente, assim me sinto
em memória, borrado de azul, alheio ao tempo
absolutamente puro, presente, alheio ao não eu, agora...
lilás, azul, um elefante...
nuvens
pássaros
luz
frio
sinto tudo
absolutamente cruel, sinto tudo
e em cada imagem que vejo, duas cores
na mais absurda dualidade que me permite dois braços
vou com o vento e fico
Minha carcaça se traduz falsa no evento do entardecer.
quinta-feira, 25 de setembro de 2008
Sem título de fim de setembro
Tenho queda ao escorbuto
se de azedo não me faço
no mar padeço
se fora dele me apeio
não duro um ano
ganho um tanto cor-de-cinza ou tom-de-pálido
me torno breve
esqueço minhas heresias
capaz é de ao meio-dia me jogar ao chão
me enfiar por entre a terra como peixe n'água
tenho queda a verminose
se de azedo não me faço
no mar padeço
se fora dele me apeio
não duro um ano
ganho um tanto cor-de-cinza ou tom-de-pálido
me torno breve
esqueço minhas heresias
capaz é de ao meio-dia me jogar ao chão
me enfiar por entre a terra como peixe n'água
tenho queda a verminose
sábado, 16 de agosto de 2008
Licantropia
Escuro
apenas o ar e o tato, escuto
a mim, meu corpo, inane
sinto... toco a minha imagem
inane
me aproximo...
os sons ecoam com o arrastar de meu dedo sobre mim mesmo
canto disforme, acordes maculados
agudo cortante, grito
uma lasca de minério refinado, me invade...
veneno, chumbo
o correr do sangue metalizado em cinza cessa meus sentidos
sua nova essência, fria, lacera o meu sentir
dormente, me recordo de um frio...
frio outro, reconfortante
enquanto meu ser se perde na consciência do extinguir
e...
na consciência...
no extinguir...
perdido...
Não sou.
apenas o ar e o tato, escuto
a mim, meu corpo, inane
sinto... toco a minha imagem
inane
me aproximo...
os sons ecoam com o arrastar de meu dedo sobre mim mesmo
canto disforme, acordes maculados
agudo cortante, grito
uma lasca de minério refinado, me invade...
veneno, chumbo
o correr do sangue metalizado em cinza cessa meus sentidos
sua nova essência, fria, lacera o meu sentir
dormente, me recordo de um frio...
frio outro, reconfortante
enquanto meu ser se perde na consciência do extinguir
e...
na consciência...
no extinguir...
perdido...
Não sou.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
X - O ermitão
A tarde migrei pras montanhas. Dentre galhos e cascalho mudei meu espaço, na mudança desse laço desmantelei meu mundo e com outras peças fiz onde vivo, inominável, qual o totem de um espírito ancestral. Desfeito do ambiente determinável, inominei o tempo, agora apenas uma sensação, radiação incontável tal qual o frio, tal qual o medo (e talvez mais próximo do que é, se houver um “ser” e se for um só)... ousaria dizer que me sinto infinito, estaria mentindo, ou inexistente. Fato é que me sinto, sem saber muito bem como (as vezes se assemelha a uma sombra passada).
A noite encontrei com lobos e lagartos. Sinto uma simpatia pelo seu estado. Sinto – minto – imagino sua realidade, espreito suas ações. Ainda pulsa em meu sangue as palavras que fazem deles meus irmãos e, apesar de quebrado o elo, não somos tão diferentes, inconscientes formamos o mesmo organismo. Busco este elo, ambiciono pelos olhos dos deuses e titãs... preciso me livrar dos números. Fim de noite, não comi... me intriga dialogar com lagartos.
No amanhecer senti o orvalho. Com o ar úmido sinto meus pulmões. Planejo sentir tudo quanto possível, planejo inspirar o inominável e expirar seu vapor. Forma de analisar e perceber a qual me renegou minha má educação por não poder ser escrito ou descrito. Enquanto isso me habituo com o relógio desfeito, aguardo o musgo crescer em minhas costas e me tornar um bixo-preguiça... imagino-me, adiante, como autônomo. Autônomo não-robótico, não alienado de si mesmo, mas plenamente ciente de si e do seu redor, num dizer calado e intenso com tudo e com todos... imagino-me como célula do meu corpo desejando sentir-me todo.
Meio-dia, vejo um campo de flores. Sinto ainda muitos traços de minha educação... receio que acabe por transformar minha busca em fuga, talvez tenha medo... por um segundo tudo pode ser – e parece ser – ilusório. Talvez não consiga ou não saiba abrir as portas do tártaro, talvez a besta (um objeto de minha busca) esteja fadada a sussurrar acorrentada no limbo da minha mente... irei ao campo de flores, a luz de suas cores me atraem.
A noite encontrei com lobos e lagartos. Sinto uma simpatia pelo seu estado. Sinto – minto – imagino sua realidade, espreito suas ações. Ainda pulsa em meu sangue as palavras que fazem deles meus irmãos e, apesar de quebrado o elo, não somos tão diferentes, inconscientes formamos o mesmo organismo. Busco este elo, ambiciono pelos olhos dos deuses e titãs... preciso me livrar dos números. Fim de noite, não comi... me intriga dialogar com lagartos.
No amanhecer senti o orvalho. Com o ar úmido sinto meus pulmões. Planejo sentir tudo quanto possível, planejo inspirar o inominável e expirar seu vapor. Forma de analisar e perceber a qual me renegou minha má educação por não poder ser escrito ou descrito. Enquanto isso me habituo com o relógio desfeito, aguardo o musgo crescer em minhas costas e me tornar um bixo-preguiça... imagino-me, adiante, como autônomo. Autônomo não-robótico, não alienado de si mesmo, mas plenamente ciente de si e do seu redor, num dizer calado e intenso com tudo e com todos... imagino-me como célula do meu corpo desejando sentir-me todo.
Meio-dia, vejo um campo de flores. Sinto ainda muitos traços de minha educação... receio que acabe por transformar minha busca em fuga, talvez tenha medo... por um segundo tudo pode ser – e parece ser – ilusório. Talvez não consiga ou não saiba abrir as portas do tártaro, talvez a besta (um objeto de minha busca) esteja fadada a sussurrar acorrentada no limbo da minha mente... irei ao campo de flores, a luz de suas cores me atraem.
quarta-feira, 25 de junho de 2008
Ode às Bruxas
Aqui estou
nua e crua em carne
Aqui estou, beija-me
Beija-me com o asco dos teus olhos revelados
a uma figura fúnebre do teu amor
Me toca
Vem
Absorve esse horror imanente das minhas rugas...
me absorve, te entorpe na dança da decadência
O quê? Não te moves?
Acaso não fui ontem teu mundo?
Ontem quando usava rosto de porcelana
sapatinhos do rei Luis
minhas cores
meus paetês
fizeste de mim teu santuário...
que naufrago!
Miraste a miragem
E eu dentre todas a mais corroída...
maçã cheia de vermes e verniz
Eu fui teu naufrágio, raso doutor...
Não te moves? Morto!
Cadáver que sempre foste tem nojo de tua noiva viva
Vem, te eleva inane corpo
Te encanta nesta fabulosa ode às bruxas...
E pela janela assistirão o arder de nossas roupas jogadas ao fogo
Que em cinzas se purificarão dos pecados da inquisição
Libertas...
nua e crua em carne
Aqui estou, beija-me
Beija-me com o asco dos teus olhos revelados
a uma figura fúnebre do teu amor
Me toca
Vem
Absorve esse horror imanente das minhas rugas...
me absorve, te entorpe na dança da decadência
O quê? Não te moves?
Acaso não fui ontem teu mundo?
Ontem quando usava rosto de porcelana
sapatinhos do rei Luis
minhas cores
meus paetês
fizeste de mim teu santuário...
que naufrago!
Miraste a miragem
E eu dentre todas a mais corroída...
maçã cheia de vermes e verniz
Eu fui teu naufrágio, raso doutor...
Não te moves? Morto!
Cadáver que sempre foste tem nojo de tua noiva viva
Vem, te eleva inane corpo
Te encanta nesta fabulosa ode às bruxas...
E pela janela assistirão o arder de nossas roupas jogadas ao fogo
Que em cinzas se purificarão dos pecados da inquisição
Libertas...
quinta-feira, 10 de abril de 2008
Velado
Há algo a ti
há algo que não te direi
que não será falado
talvez guarde, esconda um pouco
algo pra ti
será teu sem que o saiba
será teu, da invisibilidade lasciva
com que fabrico sua caixa
um doce presente ignorado
há algo pra ti que não disse
há algo que não canso de dizer
te digo quando te olho
te grito quando te toco
suavemente te quase digo
sutilmente te previno...
não importa
é melhor talvez
teu pingente de brilhantes
transparentes
ignorados
há algo que não te direi
que não será falado
talvez guarde, esconda um pouco
algo pra ti
será teu sem que o saiba
será teu, da invisibilidade lasciva
com que fabrico sua caixa
um doce presente ignorado
há algo pra ti que não disse
há algo que não canso de dizer
te digo quando te olho
te grito quando te toco
suavemente te quase digo
sutilmente te previno...
não importa
é melhor talvez
teu pingente de brilhantes
transparentes
ignorados
Rato
Confunde na noite seu corpo
pedaço sombra que lhe toma parte
restiço do seu pouco espaço
trazendo o asco de sua raça
estigma, peste noturna
nos dias que lhe resta de forma
rato morto, gabiru
não lhe cabe o odor de sangue
não lhe cabe a atenção dos carros
apenas lhe cabe o que lhe há de fúnebre
o preto do piche da rua, velório
e o cheiro podre que trará os dias
terá em morte o que teve em vida
asco...
irão passar crentes, anjos
terão asco e irão embora
fugindo do nojo que lhe acentua a morte
farei de ti, querido rato, um mártir casual
de tua inanidade, de teu cadáver repulsivo
signo divino
e quando de mim se apagar tua lembrança
em mim estará vivo, estiveste em minha história
em tua morte todo romance que pode ter um rato...
pedaço sombra que lhe toma parte
restiço do seu pouco espaço
trazendo o asco de sua raça
estigma, peste noturna
nos dias que lhe resta de forma
rato morto, gabiru
não lhe cabe o odor de sangue
não lhe cabe a atenção dos carros
apenas lhe cabe o que lhe há de fúnebre
o preto do piche da rua, velório
e o cheiro podre que trará os dias
terá em morte o que teve em vida
asco...
irão passar crentes, anjos
terão asco e irão embora
fugindo do nojo que lhe acentua a morte
farei de ti, querido rato, um mártir casual
de tua inanidade, de teu cadáver repulsivo
signo divino
e quando de mim se apagar tua lembrança
em mim estará vivo, estiveste em minha história
em tua morte todo romance que pode ter um rato...
IX - O fotógrafo
Guardo em mim o vão de todas as coisas. A tranca da porta, o trinco da janela, um olho de vidro... a fragilidade silenciosa que emudece oca atrás da camada da superfície (uma casca de ovo que forma a imagem das coisas).
Guardo em mim todas as coisas. O fluxo de tinta em minha pele, restos mortos de algodão, um anel (dois na verdade).Guardo, são coisas vãs, inúteis... sobretudo ausência. As coloco longe da poeira e da ferrugem. A imagem, as coisas, quando o mundo inteiro se deteriorar as terei guardadas, vazias, inutilizadas, imersas na sua expressão plena de humanidade. Quando o mundo se deteriorar... sim, não falta muito tempo. Eu terei meu museu de almas... terei, também, a certeza de que fiquei louco, vou achar a sanidade exposta, sua imagem, presente em sua ausência.
Guardo de todas as coisas o vão, faço em mim a sua casa, guardo a sua ausência até a noite chegar e o tempo parar, então estarei morto. Liberto do que se diz corpo estarei presente em todo lugar, presente na ausência com que construí minha casa.
Guardo em mim todas as coisas. O fluxo de tinta em minha pele, restos mortos de algodão, um anel (dois na verdade).Guardo, são coisas vãs, inúteis... sobretudo ausência. As coloco longe da poeira e da ferrugem. A imagem, as coisas, quando o mundo inteiro se deteriorar as terei guardadas, vazias, inutilizadas, imersas na sua expressão plena de humanidade. Quando o mundo se deteriorar... sim, não falta muito tempo. Eu terei meu museu de almas... terei, também, a certeza de que fiquei louco, vou achar a sanidade exposta, sua imagem, presente em sua ausência.
Guardo de todas as coisas o vão, faço em mim a sua casa, guardo a sua ausência até a noite chegar e o tempo parar, então estarei morto. Liberto do que se diz corpo estarei presente em todo lugar, presente na ausência com que construí minha casa.
VIII - Terminal
Os meus sonhos se dissolvem
consumidos, reduzidos a pó
barro das tintas que pintam minha face
grafite das linhas da madrugada
sombra do meio fio, navalha cega
estão se quebrando, sinto...
dentro de meus olhos, um pouco mais fundo
meus devaneios, meus mundos de cem gramas
em contrabalança
um mundo de toneladas
pesado demais pra mim
tua ausência
pesada demais
insustentável...
ainda lembro como ela era boa no primeiro inverno
ainda lembro do frio que fazia lá
como era doce a falta de ti
falta que trazia horas surreais
milhares de fatos não ocorridos...
hoje esqueço meu rosto
pouco a pouco
durmo...
consumidos, reduzidos a pó
barro das tintas que pintam minha face
grafite das linhas da madrugada
sombra do meio fio, navalha cega
estão se quebrando, sinto...
dentro de meus olhos, um pouco mais fundo
meus devaneios, meus mundos de cem gramas
em contrabalança
um mundo de toneladas
pesado demais pra mim
tua ausência
pesada demais
insustentável...
ainda lembro como ela era boa no primeiro inverno
ainda lembro do frio que fazia lá
como era doce a falta de ti
falta que trazia horas surreais
milhares de fatos não ocorridos...
hoje esqueço meu rosto
pouco a pouco
durmo...
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008
quinta-feira, 7 de fevereiro de 2008
Dos dias e ao Sol
Passa... como...
passa o tempo, quero o chão
passa o vento, quero ser o vento
passo eu, em frente ao espelho
não me vejo
enquanto chove, chovo eu
e a chuva que escorre
desce pela minha face
não me toca
a TV não me ouve no domingo
arranjos modernos
refletem a luz que não vejo
é noite de sois fluorescentes
é noite do calor que lhes falta
de dia o sol urtica, queima
no dia do sol fluorescente
é ele que me faz dormir
me trazendo o sono
e o adormecer e despertar
meus minutos de vida
meu caro mensageiro desprezado
passa o tempo, quero o chão
passa o vento, quero ser o vento
passo eu, em frente ao espelho
não me vejo
enquanto chove, chovo eu
e a chuva que escorre
desce pela minha face
não me toca
a TV não me ouve no domingo
arranjos modernos
refletem a luz que não vejo
é noite de sois fluorescentes
é noite do calor que lhes falta
de dia o sol urtica, queima
no dia do sol fluorescente
é ele que me faz dormir
me trazendo o sono
e o adormecer e despertar
meus minutos de vida
meu caro mensageiro desprezado
Dolphins and Cybeorganics
Stop!
The future
waiting you, the future
waiting, you are,
the power, you don’t
want, you want me
the future, the power
want future, you
want power to rape the future
drink the power
kiss the bottle, the power, the staff
Johnnie Walker’s fucking in your mouth
The future
waiting you, the future
waiting, you are,
the power, you don’t
want, you want me
the future, the power
want future, you
want power to rape the future
drink the power
kiss the bottle, the power, the staff
Johnnie Walker’s fucking in your mouth
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